quinta-feira, 15 de março de 2012

Ética política: puxar o tapete e roubar bandeira

Nas minhas andanças pelo interior, na histórica cidade de Santa Luzia, estava caminhando pelas ladeiras, observando os casarões, o Santuário de Santa Luzia, o prédio da Câmara Municipal, Casarão da Baronesa, Grupo Escolar Modestino Gonçalves e as fachadas dos casarios. De súbito, fui arrebatado pela frase: “Quem não aprende  com o passado está condenado a repetir no futuro a insensatez”.
Lembrei-me da minha amada Belo Horizonte, das Praças Sete, da Liberdade e da Tiradentes, que prestam uma homenagem para os libertários, emancipadores e o mártir da Inconfidência “que foi traído e não traiu...”.
É no passado que busco beber da fonte do tempo para compreender o comportamento de uma parcela expressiva de políticos. Tenho estudando cautelosamente os fenômenos e busco registrar alguns episódios que classificaria como “a disfunção da ética na política”.
É um sintoma compulsivo e com traços de virose, pois vai espalhando silenciosamente. Esta praga se caracteriza por “puxar o tapete” e “roubar bandeira”.
A Casa Legislativa e os gabinetes do Executivo operam nesta lógica como se fosse natural. Quem não exerce esse rito não sobrevive a uma gestão. É o paradigma da competitividade que beira ao excesso e frieza com o outro. Percebi entre alguns políticos e assessores um frisson em passar a perna no outro como se isto fosse o gozo de um gol.  
Quando conversamos sobre o assunto, confessam que se não praticarem este “ofício” são chamados de bobos. Por isso é sacrificada a moral e a ética na ânsia de ganhar a qualquer preço. O importante é garantir o flash e a manchete no dia seguinte. Evidentemente que este comportamento nefasto não é praticado por todos os políticos e nem todos os assessores. Mas, tem um grupo que copia projeto, pega ideia, surrupia manifesto, pula na frente para dar entrevista. E diz que foi o inventor de parte do universo e ajudou até na criação da roda. É de uma picaretagem brutal. Existe algo de espetaculoso neste fazer política. Tudo é evento, show e palanque.
Você se lembra daquelas brincadeiras de crianças, que a gente gritava bem alto: “vai, corre, pega, tira, rouba a bandeira”? Outra boa brincadeira era jogar capoeira. A gente dava pernada e gritávamos: “puxa o rodo, puxa o tapete”. O gingado da capoeira contagia, distrai e me faz recordar da meninice.
Brincadeira de criança é bom demais, mas tem limite. Comportamento de político carece de liturgia para o cargo. Tudo indica que esta doença de caráter não tem cura. Como analista, ouço sempre queixa de pessoas vítimas do jogo de espertezas. Parece que canalhice e cretinice estão espalhadas nas organizações públicas e privadas. Graças a Deus, esse tipo de gente é minoria, mas faz um estrago significativo nas pessoas e na educação dos mais jovens. O vale tudo sinaliza para desagregação e os oportunistas estão sempre aí, de prontidão para agir.
Recentemente fui testemunha de um episódio desta insignificância. Vi as lágrimas de um amigo político honrado ceder frente aos artífices de uma trama. Há momentos na política que a grandeza se esvai e passa pelo corrimão da banalidade. Perde-se a grandeza e percebemos a mesquinhez e a fúria pelo poder. Dentro do ser humano mora um porco espinho que precisa aprender o limite para não molestar as coisas públicas e as pessoas. Li certa vez um texto que dizia que o caminho do meio é árduo e levam a três princípios: justiça, bondade e verdade. Resgatemos essa essência que precisa despertar em nós.
Antonio Galvão

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sucessão BH – Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come

O estilo aglutinador de Aécio Neves vem causando pesadelos na cúpula petista. Sua presença no jogo da sucessão presidencial incomoda, limita ações e obriga o PT a jogar na retranca. BH é exemplo disso.
É público e notório que depois de 16 longos anos de domínio absoluto do PT na PBH o PSDB vem ocupando espaços com Lacerda. A reeleição do prefeito e a continuidade do governo do PSB em BH implicam na aceleração do processo de desmonte do aparelhamento petista na administração municipal em velocidade superior à que já vem ocorrendo desde a eleição de 2008.
A saída natural seria a candidatura própria, mas o PT não pode correr este risco, pois se perder  coloca Lacerda na condição de candidato “óbvio” a disputar o Governo do Estado com Pimentel em 2014. E isso é tudo que os petistas não querem. Um combate entre socialistas e petistas na sucessão mineira jogaria o PSB Nacional no colo de Aécio Neves.
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

domingo, 4 de março de 2012

Pesquisas - SP: foi dada a largada

Primeira pesquisa da sucessão em SP caiu como uma bomba atômica na cabeça do PT. Haddad, candidato bancado por Lula, aparece na última colocação, na amarga e patética condição de lanterninha.

É como tomar um gol no primeiro minuto de jogo. Desmonta qualquer tática, gera instabilidade, compromete o planejamento e mina a motivação da militância responsável por buscar a adesão popular.

Reações e consequências serão sentidas nas próximas semanas. Como São Paulo é o alvo mais importante para o lulismo, a tendência é que a máquina federal do PT venha para a batalha ainda mais agressiva.

Lula, fora de combate, por enquanto não pode socorrer seu pupilo.

São nestes momentos que o aparelhamento petista extrapola todos os limites. Serra e sua família já sentiram na pele a gula dos aloprados em situação de desespero. Eles não têm limites...


João Paulo M.