terça-feira, 4 de dezembro de 2012

E agora, Aécio?


Aécio sabe como poucos jogar no tempo certo. Foi assim, dando passos corretos nos momentos oportunos  que ele derrotou o PT em 2010 com Anastasia, e agora repetiu a dose com Marcio, em 2012. Duas vitórias incontestáveis, em 1º turno, com a presença de Lula e Dilma apoiando os adversários em solo mineiro.

A arrancada é algo fundamental em qualquer campanha eleitoral. Lançar nome sem antes construir uma nova agenda e um plano de governo para o país é colocar candidato para ficar dando voltas em círculos. Aécio é sábio demais para cometer um equívoco destes, mas já cometeram para ele.

São nessas horas que Sergio Mota faz mais falta aos tucanos. Eleição presidencial não é para amadores. Aquele sim era um profissional de mão cheia. Com Serjão presente, o PSDB não teria errado tanto como errou em algumas disputas importantes perdidas de dois anos para cá.

Quem conhece o senador um pouquinho sabe que ele gostaria de ter conversado com caciques importantes do tucanato como, por exemplo, o governador Alckmin, antes de colocarem seu nome na disputa. Aécio é um exímio articulador, faz política escutando e dando voz a todos, nunca toma decisões unilaterais. Herdou estas qualidades do avô.

O PSDB precisa recuperar o discurso social-democrata, recuperar seu espaço na centro-esquerda que foi ocupado pelo PT.  Com ocupação de seu espaço pelos petistas, os tucanos distanciaram-se de seus eleitores com um discurso conservador que não lhes cabe.  Aécio vai por este caminho. A criação do núcleo PSDB Sindical é sinal de reaproximação com sindicatos.

Se a oposição quiser reconquistar a presidência terá que dar o comando das articulações a Aécio, pois ninguém melhor do que ele sabe como e onde pode chegar. Cada um sabe o alcance que tem, não é mesmo?  Por isso, inclusive, é fundamental que ele assuma a presidência do partido em 2013.

E agora, Aécio?


Agora Aécio vai cumprir sua missão: derrotar o PT. Anotem. 

João Paulo M. 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Polêmica da oposição na investigação de Lula

A oposição deve ou não deve protocolar o pedido para o MP investigar o envolvimento óbvio de Lula no esquema do mensalão?

Democratas e tucanos sinalizam que não, pelo menos neste momento. E o PPS anuncia que sim. E que essa será a medida a ser tomada pelo presidente do partido na próxima semana, após o fim de semana prolongado do feriado de finados.

Claro que DEM e PSDB acreditam na participação de Lula. E não apenas no esquema da sofisticada quadrilha que acaba de ser condenada no STF (dica).  E é óbvio também que o ex-presidente será investigado. Não tem escapatória.

A minha opinião é que não é hora de partidarizar o processo nem de por o Supremo na parede com arena política. O procurador-geral da República já nos deu provas suficientes de sua seriedade. Assim como os ministros da corte, que nos encheu de orgulho com colocações pontuais que lavaram nossas almas condenando os mensaleiros.

Tudo tem sua hora. Trata-se de um jogo de xadrez e a oposição não pode errar. Uma mexida errada e colocamos tudo a perder. As instituições republicanas estão em funcionamento.

Oposição inteligente se faz com astúcia, sem firulas ou carro diante dos bois. A hora de Lula vai chegar.

João Paulo M.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Aécio desmente propaganda enganosa de Patrus

Fico vendo, será que eles acham que o belo-horizontino não conhece as coisas e as responsabilidades de cada um?
Vi uma propaganda eleitoral, recentemente, do nosso adversário, e confesso que me assustou pela ousadia, em razão e verdade, dizendo que caberia ao Marcio ter feito as obras do metrô.
Durante oito anos tivemos um prefeito do PT, que durante 6 anos teve um presidente da República do PT, o presidente Lula, e não fizeram um centímetro de metrô em Belo Horizonte.
Então, as pessoas não se iludem mais com esse tipo de ação eleitoreira. O que é correto é você dizer o que foi feito como o Marcio tem dito, e o que vai fazer.
Eu estou com o Marcio, nossos companheiros estão com o Marcio. Coerentemente com aquilo que nós pregávamos há quatro anos atrás.
Então esse zigue-zague da campanha do PT mostra totalmente um grande desespero diante da reta final. São ataques em determinados momentos.
Aí eles se reúnem e falam, não é bom atacar. Jogam todas as fichas na eventual vinda da presidente da República, mas repito, vamos receber muito bem a presidente, como recebemos aqui o meu amigo, o ex-presidente Lula.
Mas quem decide o voto do belo-horizontino é o belo-horizontino. Por isso, estou convencido que Marcio vai ter uma vitória com uma margem ainda maior do que aquela que as pesquisas já apontam, segundo as nossas pesquisas internas.

Aécio Neves
Senador da República

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sucessão de BH volta aos tempos do coronelismo

Patrus Ananias do PT teve a oportunidade de repetir, olho no olho, todas suas críticas a Délio Malheiros. Porém...

O vice-candidato de Marcio Lacerda, deputado Délio Malheiros, foi impedido pela coligação de Patrus de participar do debate no Colégio Santo Antônio. Isso aconteceu depois que o próprio Ananias enviou seu vice Aloisio Vasconcelos, representante do grupo político do ex-governador Newton Cardoso na chapa do PT, para debater no Colégio Santa Dorotéia.
 Pelo visto a sucessão de BH voltou aos tempos do coronelismo.

João Paulo M.

Sucessão de BH volta aos tempos do coronelismo

Patrus Ananias do PT teve a oportunidade de repetir, olho no olho, todas as suas críticas a Délio Malheiros. Porém...


O vice-candidato de Marcio Lacerda, deputado Délio Malheiros, foi impedido pela coligação de Patrus de participar do debate no Colégio Santo Antônio. Isso aconteceu depois que o próprio Ananias enviou seu vice Aloisio Vasconcelos, representante do grupo político do ex-governador Newton Cardoso na chapa do PT, para debater no Colégio Santa Dorotéia.
 Pelo visto a sucessão de BH voltou aos tempos do coronelismo.

João Paulo M.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Restaurante Popular de Patrus

Taí o a placa do Restaurante Popular que Patrus jura de pés juntos ter idealizado na década de 90. Na verdade foi outro prefeito.




domingo, 2 de setembro de 2012

Tucanos da Turma do Chapéu ajudam a aumentar o público no comício de Lula e Patrus em BH

Subtraindo os jornalistas, os seguranças, os responsáveis pelos equipamentos de áudio e som, o subsecretário da Juventude Gabriel Azevedo e mais três membros da Turma do Chapéu q estiveram no comício do Patrus, o público presente no evento que teve a participação de Lula em BH cai de 4 mil para 3.345 testemunhas. O ex-presidente já não move montanhas em Minas.

João Paulo M.

Os rumos do capitalismo

É pouco provável que antes da crise financeira de 2008 a proposta de analisar os novos rumos do capitalismo fosse capaz de atrair público. Desde o fim dos anos 1980, depois da queda do Muro de Berlim, o sucesso da economia capitalista globalizada, com a incorporação da China transformada em nova locomotiva, não deixava dúvida: as modernas economias de mercado eram incomparáveis na sua capacidade de criar riqueza, estimular o progresso tecnológico e garantir o crescimento. Onde há consenso, o debate, a análise, não desperta interesse. Toda unanimidade é burra, costumava repetir Nelson Rodrigues. Mas não só as economias, também as convicções são cíclicas.

O termo "capitalismo" data do fim do século XIX. A expressão "o capitalista", como referência ao dono do capital, aparece antes, já no início do século XIX, utilizada por autores como David Ricardo e outros, mas "o capitalismo", como um sistema de organização social e econômica, foi cunhado por seus críticos - o mais famoso deles, evidentemente, sendo Karl Marx, em "O Capital", de 1867. Muitos outros, anarquistas e socialistas, como Pierre-Joseph Proudhon e Werner Sombart, utilizaram o termo para definir uma forma de organização econômica e social, em que a produção e a distribuição de bens e serviços são de propriedade privada e têm fins lucrativos, ou seja, visam a acumulação de capital.

O capitalismo, em várias vertentes, é dominante no mundo ocidental, desde o fim do feudalismo medieval. Inicialmente, sua versão primitiva, mercantilista, baseada no comércio, foi estimulada pelas oportunidades que se abriram com o avanço da navegação e as descobertas do Novo Mundo. Só com a Revolução Industrial do século XIX, quando surge o mercado de trabalho assalariado, o capitalismo adquire as características que seus críticos do fim daquele século - Marx, sobretudo - lhe atribuem. O fato de o termo ter sido cunhado por seus críticos lhe confere uma conotação negativa, atenuada ao longo do tempo, mas que ainda hoje não deixa de suscitar polêmica.

O sistema de preços determinados nos mercados, pela interação da oferta e da demanda, é um dos elementos do capitalismo moderno, mas o capitalismo, nas suas várias formas, não se confunde com o mercado competitivo, que é uma abstração conceitual, um idealtipo. As economias capitalistas observadas na prática, desde o século XIX até hoje, não são homogêneas. Formas muito distintas de organização econômica, tanto em termos de distanciamento do idealtipo competitivo, quanto em relação à propriedade exclusivamente privada do capital, são qualificadas como capitalistas. Daí os inúmeros apostos qualificativos - como mercantil, industrial, monopolista, de Estado, financeiro, corporativo - comumente encontrados quando se fala em capitalismo.


Desde sua introdução com Marx, no fim do século XIX, até o último quarto do século XX, e a derrocada do comunismo soviético, o termo capitalismo esteve sempre associado a uma conotação crítica. Durante quase todo o século XX, a visão progressista dominante sustentou que o capitalismo, embora criador de riquezas, era intrinsecamente injusto, estimulador das desigualdades e desagregador. Por estar baseado na exploração do trabalho, transformado em mercadoria, conduzia à luta de classes, à deterioração da vida comunitária e do espírito público. Mas essa nem sempre foi a visão intelectualmente dominante. A partir do fim do século XVI, durante todo o século XVII e parte do século XVIII, a atividade mercantil - na época ainda não chamada de capitalismo - foi vista como um fator altamente positivo e civilizatório.

Como sustenta Albert Hirschman em "Rival Views of Market Society", de 1986, a ideia de que o interesse individual, em contraposição às paixões, é socialmente positivo, aparece no fim do século XVI. O duque de Rohan, em "On the Interest of Princes and States", defende a tese de que o interesse econômico do príncipe, perseguido de forma racional, com prudência e moderação, serve melhor ao interesse comum, ao bem de todos, do que a sociedade deixada ao sabor das paixões, da busca da glória pessoal, de acordo com o ideal heróico medieval. A busca, metódica e ordenada, do interesse econômico individual passou a ser vista como amplamente preferível às ações dirigidas pelas paixões, violentas, desordenadas e imprevisíveis.

Na época, a tese progressista era de que o comércio, conduzido pelos interesses individuais, em busca de ganhos materiais, serviria de freio mais eficiente ao comportamento passional, do que o tradicional apelo à religião, ao dever e à moral. O comércio era visto como elemento civilizador, tanto para os senhores, como para seus súditos. "Le doux commerce", percebido como indutor do contato entre estrangeiros, estimulador da moderação e da probidade, entre outras virtudes.


A valorização do interesse econômico, em contraponto à paixão, ajudou a legitimar a atividade comercial. Levou à valorização da vida privada, que, desde o mundo clássico até a Renascença, sempre esteve relegada ao nível mais baixo da hierarquia das atividades humanas. A valorização da vida privada, por sua vez, permitiu o aumento do consumo pessoal, que se transformou em elemento-chave do dinamismo capitalista da modernidade.

A valorização intelectual da busca do interesse econômico individual atingiu seu ápice com o Iluminismo escocês, ainda no século XVIII. O fascínio pela a ideia da busca dos interesses indiviuais como elemento de civilização e progresso, levou à formulação da tese da "mão invisível" de Adam Smith. Perseguir interesses individuais seria não apenas racional, como também a melhor forma de atender ao interesse público. O bem-estar de todos estará mais bem atendido se perseguido de forma indireta. Em paralelo, surge a valorização do homem médio, do "middle rank", do pequeno comerciante, do pequeno empresário, que na segunda metade do século XIX, quando os ventos intelectuais já tinham mudado, são pejorativamente designados de "os burgueses" por Marx.

Os primeiros sinais da mudança dos ventos das ideias aparecem no início do século XIX. Com a Revolução Industrial, os interesses econômicos se tormam dominantes. Surge então o lamento nostálgico pelo "mundo que perdemos", bem expresso por Edmund Burke: "The age of chivalry is gone, that of sophisters, economists and calculators has succeeded, and the glory of Europe is gone forever". Numa reversão surprendente, a sociedade feudal, que era vista como "rude e bárbara", sempre ameaçada pelas paixões de tiranos violentos, passou a ser vista com nostalgia, baseada em valores como a honra, o respeito, a confiança e a lealdade. Valores sem os quais a sociedade movida pelos interesses individuais não poderia funcionar, mas que haviam sido erodidos por ela.


A nostalgia do mundo perdido abre caminho para os novos críticos, mais duros, da sociedade capitalista. A crítica deixa de ser cultural, nostálgica. Passa a denunciar a capacidade destrutiva, desagregadora, das novas forças liberadas numa sociedade integralmente movida pelos interesses materiais. Assim como a valorização dos interesses individuais e do comércio atingiu seu ápice com David Hume e Adam Smith, a mudança de rumo dos ventos intelectuais, a partir do fim do século XVIII, culminou com Karl Marx, na segunda metade do século XIX.

Do fim do século XIX até o último quarto do século XX, a crítica marxista foi intelectualmente predominante. A alternativa marxista ao capitalismo - a revolução proletária e a socialização dos meios de produção - pode ter permanecido sempre polêmica, mas a crítica marxista influenciou de forma decisiva os rumos do capitalismo no século XX.


De forma esquemática, a crítica marxista ao capitalismo tem quatro vertentes:


1. A econômica, segundo a qual o sistema seria instável, sujeito a crises recorrentes, até a crise final, que abriria espaço para a alternativa socialista.


2. A social, segundo a qual o sistema seria injusto, baseado na exploração do trabalho assalariado, levaria à concentração da renda e seria incapaz de erradicar a pobreza, pois ela exerce o papel funcional de "exército industrial de reserva".


3. A política, segundo a qual a democracia capitalista é uma impostura. A alienação cultural impediria os trabalhadores de comprender que não há interesses comuns, mas sim interesses de classes, que não podem ser reconciliados na democracia representativa capitalista.


4. A cultural, segundo a qual o sistema levaria à alienação dos trabalhadores em relação aos seus verdadeiros objetivos. No capitalismo, a sociedade é consumista, egoísta e alienada.


Ao longo do século XX, a crítica marxista, sempre como referência, foi sendo gradualmente enfraquecida.

A crítica econômica foi desacreditada pela receita de John Maynard Keynes, na "Teoria Geral da Renda e do Emprego", de 1936. Formulada depois da Grande Crise dos anos 1930, foi refinada durante os anos 50 e 60, até culminar com a chamada "síntese macroeconômica" dos anos 80. A fórmula para evitar as grandes flutuações macroeconômicas das economias capitalistas havia sido encontrada. A receita era ter a dívida pública sob controle, uma política fiscal contracíclica, uma política monetária pautada por metas inflacionárias e a taxa de cambio flutuante. Nas últimas décadas do século XX, consolidou-se a impressão de que os ciclos macroeconômicos haviam sido finalmente eliminados. Uma nova era, "A Grande Moderação", havia chegado, com a descoberta do remédio para a instabilidade crônica da economia capitalista.

A crítica social foi aplacada pelas reformas tributárias, trabalhistas e sociais do pós-Segunda Guerra. Em todo o mundo ocidental, principalmente na Europa, foi criada uma rede de proteção trabalhista e de assistência social, através do significativo aumento da participação do Estado na economia. A economia capitalista do "Welfare State" parecia ter respondido à crítica social do capitalismo, sem necessidade de suprimi-lo.


A crítica política à democracia representativa capitalista foi desmoralizada pelo autoritarismo, pela violência oficial e pela falta de liberdades cívicas dos regimes comunistas. A começar pelo soviético, mas também pelo dos seus satélites no Leste Europeu, assim como em Cuba, na China e em toda parte onde o comunismo de inspiração marxista foi instaurado.

A crítica cultural, primeiro rompeu com a ortodoxia marxista, através da chamada Escola de Frankfurt, do Institute for Social Research, fundado na década de XX, por onde passaram pensadores como Max Hockheimer, Theodor Adorno, Erich From, Herbert Marcuse e, mais recentemente, Jürgen Habermas. Depois se distancia definitivamente do marxismo e se confunde com a crítica da modernidade, como é o caso do filósofo polonês Lesleck Kolakowski, com "Modernity on Endless Trial" (1990), do historiador americano Daniel J. Boorstin, com o brilhante e pioneiro "The Image: A Guide to Pseudo-events in America" (1961), cuja temática é retomada pelos franceses Guy Debord, em "La Société du Spetacle" (1967) e Jean Baudrillard, em La Société de Consommation" (1970) e "Simulacres et Simulation" (1981).

De forma progressiva, tanto intelectualmente quanto na prática, a crítica marxista foi perdendo força, até ser completamente marginalizada com a derrocada da União Soviética, a queda do Muro de Berlim e a adesão da China ao capitalismo mundial. Nas duas décadas, desde o final dos anos 1980 até a crise de 2008, o sucesso da economia globalizada parecia ter enterrado definitivamente a crítica marxista. Todo um conjunto de ideias, que serviu de pano de fundo para o grande debate intelectual e para a revisão do capitalismo do século XX, parecia ter sido relegado à história do pensamento. Uma nova visão hegemônica teria se consolidado: o que se pode chamar de o otimismo do capitalismo tecnológico. Os extraordinários avanços da tecnologia, estimulados pela competição capitalista de um mundo globalizado, abririam novas e inimagináveis possibilidades.


O quadro mudou com a crise de 2008. A "Grande Moderação", conquistada com a aplicação da "Síntese Macroeconômica", revelou-se um equívoco. A sofisticação dos mercados financeiros, com o desenvolvimento dos mercados virtuais, dos chamados "derivativos", que em tese deveria ter sido capaz de reduzir ou dispersar riscos, mostrou-se apenas mais uma forma de exponenciar o endividamento e a alavancagem. Uma alavancagem impermeável aos olhos, não apenas das autoridades reguladoras, mas também aos olhos dos próprios dirigentes das instituições que a utilizavam.


Quando a crise eclodiu, a escala das instituições financeiras globalizadas obrigou os governos nacionais a socorrê-las. Evitou-se um grande colapso, mas à custa de um aumento expressivo da dívida pública e do passivo dos bancos centrais. Em alguns casos, como na Islândia e na Grécia, o endividamento público superou o limite tolerável e levou à quebra do Estado. Na Europa, a crise bancária está temporariamente reprimida pelo financiamento do Banco Central Europeu de Mario Draghi aos bancos centrais nacionais. Mas ainda ameaça o euro e a própria União Europeia.


Os Estados Unidos, favorecidos pela condição de emissores da moeda reserva mundial, foram capazes de reagir de forma mais radical em relação à atuação do seu banco central. Desde 2008, o Fed expandiu de forma agressiva seu passivo e monetizou grande parte do aumento do endividamento público decorrente do socorro ao setor financeiro. A lição aprendida com a crise dos anos 1930 permitiu que uma nova Grande Depressão fosse evitada. Em contrapartida, a economia americana continua excessivamente endividada. Parte do excesso de dívida privada foi transferido para o setor público, mas o endividamento total, público e privado, continua excessivo.


A depressão tem custos intoleráveis, mas, com a quebra generalizada, elimina-se o excesso de endividamento e abre-se a porta para um novo ciclo de expansão. Ao evitar-se a quebra, impede-se a redução, catastrófica, mas natural, do excesso de dívidas que precisam ser digeridas, antes que o consumo e o investimento possam retomar fôlego. Troca-se um fim horroroso por um horror sem fim.


Diante desse impasse, o autor a ser reestudado é com certeza Joseph Schumpeter. Economista austro-húngaro, com longa carreira na academia e no setor público, primeiro na Europa e depois na academia americana, Schumpeter é o grande teórico dos ciclos econômicos. Já nos anos 1930, era crítico em relação à excessiva formalização matemática da teoria econômica. Segundo ele, a tentativa de mimetizar as ciências naturais, em nome do rigor metodológico, resultava na incapacidade de compreender a economia como um fenômeno social. Defensor entusiasmado do capitalismo e da fecundidade do espírito empresarial - do "entrepreneur" - enfatizou a importância da "destruição criativa" do capitalismo como mola propulsora dos avanços em todas as esferas da sociedade. É provável que, ao se domesticar o capitalismo, ao controlar artificialmente suas forças cíclicas naturais, pode-se ter esclerosado grande parte de suas virtudes, de sua força criativa e renovadora.


A economia americana continua estagnada. Assim como o Japão está estagnado há mais de 15 anos, depois do fim de uma bolha imobiliária, os Estados Unidos também deverão ficar estagnados até que o excesso de dívida seja digerido. A China foi capaz de sustentar altíssimas taxas de crescimento, mesmo depois da crise de 2008. Serviu de locomotiva, principalmente para os países exportadores de matérias-primas, como o Brasil, e impediu que a economia mundial como um todo estagnasse, mas já há sinais de que economia chinesa está em processo de desaceleração.


Quatro anos depois do inicio da crise, ainda não há solução à vista. Não há nem mesmo consenso sobre como proceder. O debate, hoje, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, parece estar polarizado entre o imperativo contraditório de manter o endividamento público sob controle e relançar o crescimento, através do estímulo keynesiano de mais gastos públicos. A ortodoxia fiscal é defendida primordialmente pelos republicanos nos Estados Unidos e pela Alemanha na Europa. A política fiscal anticíclica keynesiana é defendida pelos democratas nos Estados Unidos e pela França de François Hollande.


À primeira vista, crescer parece ser a solução. O crescimento reduz o valor relativo das dívidas. Sem crescimento, ao contrário, as dívidas nunca serão digeridas. A lógica sugere que não se deve tentar controlar a dívida pública enquanto a economia está estagnada, pois o resultado é uma política fiscal pró-cíclica, que pode levar à queda da renda e ao agravamento da relação entre a dívida pública e o produto.


Ocorre que a terapia keynesiana foi concebida para a economia que passou pela depressão e eliminou o excesso de dívidas, para a economia que está paralisada, mas pronta para reagir ao estímulo dos gastos governamentais. Os gastos públicos funcionam então como um motor de arranque, capaz de relançar o consumo e o investimento, numa economia devastada pelas quebras generalizadas. O aumento dos gastos públicos é questionável numa economia ainda com excesso de dívidas públicas e privadas. Consumidores sobre-endividados poupam toda renda adicional para reduzir suas dívidas. Governos sobre-endividados, que gastam mais do que arrecadam, correm o risco de perder a credibilidade e não serem mais capazes de refinanciar suas dívidas. Uma verdadeira sinuca de bico.


A aplicação do remédio keynesiano é hoje questionável. A possibilidade de que estejamos próximos de duas restrições, que eram ainda distantes nos anos 1930, exige, efetivamente, repensar os rumos do capitalismo. A primeira é o limite do tolerável - no sentido de não vir a se tornar disfuncional - da participação do Estado na economia. Em toda parte, até mesmo onde o capitalismo nunca foi seriamente questionado, como nos Estados Unidos, houve, ao longo de todo o século XX, sistemático aumento da carga fiscal e da participação do Estado na renda nacional. As respostas, tanto para a crítica econômica - da instabilidade intrínseca - quanto para a critica social - da desigualdade crônica - ao capitalismo, levaram ao aumento da participação do Estado na economia.


A segunda nova restrição é a proximidade dos limites físicos do planeta. É evidente que não será possível continuar indefinidamente com a série de ciclos de expansão do consumo material, alimentado pela turbina do crédito, até uma nova crise, que só se resolve com mais crescimento. A menos que haja uma radical mudança tecnológica, será preciso encontrar a fórmula do aumento do bem-estar numa economia estacionária. A mudança tecnológica não parece provável, pois a questão do ambiente é um caso clássico de bens públicos, que o mercado não precifica de forma correta. Pode-se dizer que os problemas do capitalismo são decorrentes do seu sucesso. As respostas desenvolvidas para aplacar as críticas, quanto à instabilidade intrínseca e à injustiça social, levaram a um extraordinário aumento do consumo material e da participação do Estado na renda.


Duas críticas, uma à direita e outra à esquerda, depois de um longo período em que ficaram abafadas pelo sucesso do capitalismo de massas, merecem ser reavaliadas. A primeira, à direita, a da chamada Escola Austríaca, é quanto ao risco do aumento crônico da intermediação do Estado na economia. Um de seus expoentes, Hayek, tem sido recentemente contraposto a Keynes na questão das políticas anticíclicas, mas esta não me parece sua contribuição relevante. É no seu papel de defensor do mercado, como insuperável transmissor de informação e estimulador da criatividade, que se pode encontrar a mais coerente e fundamentada análise dos riscos econômicos e sociais do aumento do papel do Estado.


A crítica à esquerda é quanto ao risco do consumismo. A tese da alienação consumista permeia a crítica cultural do capitalismo de massas, desde a Escola de Frankfurt, até os novos teóricos da sociedade do espetáculo.


Já há, neste curto período desde a crise de 2008, sinais de que a crítica cultural ao capitalismo será retomada. Dois livros recém-lançados questionam o capitalismo como uma troca faustiana - "How Much is Enough", de Robert e Edward Skidelsky, e "What Money Can't Buy", de Michael Sandel. Ao transformar todas as esferas da vida numa questão de cálculo financeiro, ganhamos capacidade de criar riqueza, mas, em contrapartida, nos tornamos insaciáveis. A busca desenfreada por crescimento econômico, por mais consumo material, nos levou a esquecer de por que queremos mais. Mais consumo material tornou-se um objetivo em si mesmo. Sandel sustenta que a comercialização de algumas esferas da vida corrompe seu significado. Ecos da crítica marxista à "commoditização" e à alienação capitalista. Robert e Edwar Skidelsky sustentam que o capitalismo moderno levou ao esquecimento do que o mundo clássico definiu como "The Good Life".


Será preciso superar o fosso profundo do preconceito ideológico - enraizado por um século de debate rancoroso - para encontrar a síntese dessas duas vertentes críticas e encontrar respostas para o que me parecem as duas grandes questões de nosso tempo. Primeiro, como reduzir a disparidade dos padrões de vida, sem continuar a aumentar a intermediação do Estado e restringir as liberdades individuais. Segundo, como reverter o consumismo, a insaciabilidade material, sem reduzir a percepção de bem-estar. São grandes desafios, sem dúvida. A competição capitalista parece-me imprescindível para que seja possível encontrar as respostas aos problemas criados pelo seu sucesso. Só a pluralidade das ideias, que foi capaz de desmistificar todo tipo de autoritarismo, seja o religioso, o fundamentalista ou o ideológico, e criar a cultura da automomia do indivíduo, será capaz de fazer a revisão cultural que as circunstâncias exigem, sem sacrificar as conquistas do Iluminismo.


André Lara Resende
Economista

FONTE: Valor Econômico

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os tentáculos da patrulha do dep @rogeriocorreia_ do PT na Internet

Como se não bastasse bloquear aqueles que ousam discordar de seus pensamentos ou questionar sua atuação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os tentáculos da patrulha do  deputado Rogério Correia do PT mostrou suas garras na Internet  na noite da última quarta-feira.

A petista Tatiana Zocrato foi reprimida e censurada de público por um assessor do deputado petista Rogério Correia durante a partida Atlético-GO 0 x 2 Cruzeiro. Seu crime: interagir sobre futebol comigo,  um desafeto do deputado do PT.

Acompanhem a sequência da lamentável tentativa de censura.
@Marco131313: @tatianazocrato curtir com @joaopaulom no meu tempo era traição contra a revolução e direto pro paredão

@tatianazocrato: @Marco131313 meus aliados no futebol eu mesmo escolho. Na política é público o lado que eu escolhi. Não sou tão sectária assim.

@Marco131313: @tatianazocrato @joaopaulom Esse não merece uma prata!

@tatianazocrato: @Marco131313 @joaopaulom é um bom aliado no futebol... O que ele pensa, defende e posta sobre política nem de longe me representa. É isso!

Nesse momento levei na esportiva e plagiei Chico Buarque:
@joaopaulom: Não é por ta na sua presença meu prezado @Marco131313 mas vc vai mal ce vai mal d+ deixa @tatianazocrato contente deixa a menina zuar em paz

Em seguida o assessor do deputado petista usa a velha tática de se colocar entre aqueles que lutaram contra o Regime Militar no Brasil:
@Marco131313: @tatianazocrato @joaopaulom sou da época da ditadura tinhamos que andar com carteira de trabalho no bolso senão os milicos vinham prender

Foi quando o questionei:
@joaopaulom: Pois é @Marco131313, vc q viveu época da ditadura deve ter vergonha do PT ter punido deputados q votaram em Tancredo contra Maluf. Ou não?

A resposta:
@Marco131313: @joaopaulom fiquei não compa, eu votei nele tb

E por fim, o último questionamento que fiz:
@joaopaulom: @Marco131313? Como assim? Vc era deputado? Votou no Colégio Eleitoral? Me explica isso.

Ainda sem resposta.

Vai ver o assessor do deputado Rogério Correia votou no Colégio Eleitoral que fez de Tancredo Neves o primeiro presidente civil após os anos de chumbo como Patrus foi o grande precussor de tudo de bom que BH tem hoje. Rs!

João Paulo M.

Ainda em tempo: Por volta das 15h30 desta quinta-feira @Marco131313 comunicou que se referia à eleição de 1982 quando Tancredo Neves se elegeu governador de Minas Gerais.  

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Patrus e a droga

O candidato do PT a prefeito de BH, Patrus Ananias, vem distorcendo fatos e escondendo realidades importantes em sua campanha na capital mineira. Destaco quatro delas:

No debate da Band, Patrus disse que sua gestão na PBH promoveu uma “verdadeira revolução” na Educação. A repetência chegava a 50%. Ai ele criou a Escola Plural, onde ninguém aprende, mas também ninguém repete. Genial!

Ananias informou que vai manter o Mercado Distrital do Cruzeiro, se solidarizado com os feirantes ameaçados de perder suas bancas. Conheço bem aquele mercado, pois frequento desde 1974 quando, ainda criança, acompanha minha mãe nas compras. O que Patrus parece ter esquecido é que o projeto que tiraria os feirantes é uma herança da gestão do ex-prefeito Fernando Pimentel do PT. Lembro-me de uma faixa afixada pelos lojistas no estacionamento do estabelecimento: “Pimentel, aquele mesmo que apertou nossas mãos e nos chamou de ‘amigos’, agora está querendo nos colocar na rua após 30 anos, Você vai permitir?” Um lapso!

Ananias disse esta semana que o Governo Dilma vai investir R$ 846 milhões em Belo Horizonte. Mas se esqueceu que os recursos foram pedidos e os projetos elaborados pelo prefeito Marcio Lacerda, que por acaso é o seu adversário. Vai ver ele “não sabia”.

Por fim Patrus Ananias declarou que BH vai se tornar a capital do combate às drogas. Ora, foi o Governo Lula que manteve nossas fronteiras escancaradas por onde passava a droga que mata brasileiros do Oiapoque ao Chuí. E foi a gestão da presidenta Dilma que dormia em berço esplendido enquanto a epidemia do crack avançava sem perdoar pobres, ricos, brancos ou negros, produzindo um tsunami de desgraças em todas as classes sociais.

O candidato petista deve rever seus discursos antes que passe a ser comparado com David Copperfield, conhecido por conseguir fazer desaparecer coisas enormes...

João Paulo M.

sábado, 4 de agosto de 2012

Fracasso olímpico

O fracasso do Brasil nas Olimpíadas 2012 são reflexo de uma série de fatores. Os milhões que foram subtraídos e desviados no Ministério do Esporte colaboraram e muito, é verdade. Porém, creio que as causas do mico brasileiro na terra da Rainha vão, além disso.

Penso que Esporte e a Educação só vão avançar, de fato, no Brasil quando passarem a caminhar de mãos dadas. Inclusive, no primeiro Mundo, já é assim. Enquanto, por exemplo, as jogadoras de futebol norte-americanas ganham bolsas de estudo e são preparadas nas universidades dos EUA, as nossas, salvo raras exceções, foram abandonadas por uma presidenta,  e passam fome. Quantas Martas acabam mortas de fome e não saem do anonimato aqui no país do futebol?

Não se faz grandes atletas com assistencialismo. É na base que se forma campeões. De que vale o Bolsa-Atleta se a mentalidade curta do poder público afasta nossas crianças e adolescentes do gosto e da prática de esportes? A verdade é que o Governo Federal do PT plantou fracassos quando desobrigou as aulas de Educação Física nas escolas brasileiras. E a colheita começou em Londres.

O dia em que o Brasil acordar para essa realidade certamente alçaremos vôos mais altos. Um país do tamanho do nosso tem um potencial incrível para produzir desportistas fenomenais. Mas, se a mentalidade não mudar, a infinita maioria deles passarão a vida inteira sem descobrir o dom que tem.

O Brasil da Dilma e do Lula é medalha de Ouro na incoerência. No discurso responsabilizam a Educação por todos problemas e fracassos do país. Na prática deseducam.

João Paulo M.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O efeito R49

Os frutos positivos da contratação de Ronaldinho Gaúcho extrapolam sua atuação dentro das quatro linhas.  A convivência com o pentacampeão no dia a dia da Cidade do Galo elevou a autoestima e injetou confiança nos novos valores do clube como, por exemplo, o garoto Bernard, que vem comendo a bola no Brasileirão.
O Atlético-MG se transformou em vitrine e atletas de ponta como o goleiro Victor, passaram a dar preferência para o mercado mineiro, apesar de saber que a mídia privilegia de forma escandalosa o eixo Rio-SP.
Ronaldinho Gaúcho exerce hoje no Galo a mesma influência e liderança que o argentino Sorín exercia quando atuava na Toca da Raposa.  É ele, Gaúcho, que faz os contatos com estrelas do futebol para trazê-los para o clube de Vespasiano.
Alexandre Kalil lhe passou a missão de contatar Robinho. E em breve a torcida atleticana poderá se ver diante de mais uma contratação de impacto. 
João Paulo M.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

América Latrina, vermelhos no comando

Devemos manter a permanente vigilância: temos vivido tempos muito estranhos na América Latina com o aparecimento e o fortalecimento do populismo autoritário. Esse surto autoritário com indisfarçável pendor pelo totalitarismo teme e rejeita a liberdade de imprensa da qual se beneficiou para chegar ao poder.

Instalou-se em alguns países como Bolívia, Equador e Venezuela, cujos presidentes guardam preocupante identificação com a presidenta Dilma e grande similaridade nos respectivos processos políticos.

A suspensão do Paraguai e a simultânea entrada da Venezuela de Hugo Chavez no Mercosul demonstra que a América Latina vem se transformando, a passos largos, numa espécie de América Latrina dos Vermelhos.

O Paraguai, país que seria o próximo a presidir o Mercosul, foi excluído sem chance de defesa. E Dilma assumiu o comando do bloco econômico com apoio irrestrito de seu “amigo e irmão, Chavez”. Agora eu pergunto. Quem são os golpistas?

@joaopaulom

terça-feira, 26 de junho de 2012

A importância da comunicação na atividade pública

A comunicação está para o político como o oxigênio está para a vida. Foi mediante uma comunicação competente que ele se elegeu, é por meio de uma comunicação igualmente eficiente, que ele justifica, no poder o acerto de sua eleição, e o sucesso futuro de sua carreira.

O princípio vale igualmente para os cargos legislativos, assim como para os executivos, embora, para estes últimos, a necessidade de uma comunicação eficiente seja muito maior. Por esta razão, a legislação e a peça orçamentária dão ao poder executivo os meios para montar uma estrutura de comunicação. O equívoco mais comum nesta etapa é montar uma estrutura apenas com a assessoria de imprensa, focada predominantemente na mídia impressa.

Mesmo que os jornais tenham inegável importância e peso documental, as outras mídias devem ser adequadamente contempladas na montagem desta estrutura. É impensável uma comunicação eficiente e abrangente, nos dias de hoje, sem a utilização da TV, assim como do rádio que, pela sua pronta resposta e instantaneidade, não pode ser deixado em segundo plano, sem esquecer os novos formatos de comunicação, como os websites.

Na montagem da estrutura básica para o executivo, a operação de comunicação costuma ser dividida em coordenadorias destinadas a atender todas as áreas de interesse: Jornalismo (impresso, incluindo foto, rádio, tv, internet), Publicidade, Relações Públicas e, em alguns casos, agrega-se a gestão dos veículos de rádio e tv estatais, ou mesmo do Diário Oficial. A coordenação de jornalismo administra o dia-a-dia das relações com a imprensa, preparando releases, agendando entrevistas, organizando coletivas, com o apoio dos serviços de escuta, clipagem e arquivo/memória.

Esta coordenação pode ser exclusiva do núcleo central do poder – governador ou prefeito e os chamados secretários da casa -, ou abrangente, em relação à qual, todas as assessorias dos órgãos da administração direta e indireta, funcionam como espécies de sucursais, reportando-se à Secretaria de Comunicação, que passa a ter o papel de uma grande produtora de conteúdos. A vantagem deste modelo centralizado é o “afinamento do discurso” para toda a administração. A desvantagem é a perda da agilidade, pelo excesso de controle. A mídia tende resistir a idéia de receber uma informação mais controlada, de uma única fonte, e a operação centralizada muitas vezes azeda as relações com os veículos.

Em qualquer modelo, entretanto, a coordenação de jornalismo funciona nos mesmos moldes de uma típica redação de jornal, rádio e tv – inclusive na nomenclatura dos cargos, com seus repórteres, editores/redatores especializados por temas, como saúde, educação, transportes, etc. Incumbe também à coordenação de jornalismo certas produções próprias do governo de conteúdo basicamente informativo: jornais, impressos, programas de rádio e tv oficiais, site governamental, entre outros, assim como a relação com os veículos do interior e de outros centros.

O marketing do governo normalmente é tarefa de uma agência de publicidade contratada por licitação. No caso das prefeituras, interessam particularmente os jornais de bairro ou segmentados que, aparentemente não têm grande peso mas são decisivos na transmissão de informações para líderes comunitários ou formadores de opinião em áreas de interesse governamental. A área de Relações Públicas tem sob a sua responsabilidade os eventos que dão sustentação às ações de comunicação e com elas se articulam. O setor de cerimonial pode ser incluído nesta coordenadoria. Entretanto, a área mais sensível na comunicação governamental é, sem dúvida, a da Publicidade, que fica sob a responsabilidade de uma agência de publicidade, escolhida na forma da lei, que se regula pela Lei 8666 e ainda atende as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal.

@MenicucciSylvio
Sylvio Menicucci de Miranda é empresário, jornalista e especialista em Marketing Politico.

sábado, 23 de junho de 2012

Conheça mais sobre a tentativa do dep @rogeriocorreia_ do PT de me censurar na internet

Vou continuar no assunto a que tenho me dedicado nos últimos dias: o processo que o deputado Rogério Correia abriu contra mim pelo fato de eu questionar a sua atuação política.

Leia aqui o primeiro post que fiz sobre o assunto http://www.blogdojoaopaulom.blogspot.com.br/2012/06/acusado-pelo-deputado-rogeriocorreia-do.html

Agora veja a incoerência do deputado, veja como age uma pessoa que se diz defensor da liberdade de expressão, mas demonstra apenas intolerância.


Quem conhece a atuação do deputado na rede conhece a sua agressividade.

Veja alguns exemplos de termos que ele usa, seja em twitters próprios, seja divulgando e legitimando tuitadas alheias para atacar seus adversários políticos ou aqueles que dele ousam discordar. Busquei estes abaixo na TL do deputado:

RT @Jeca1908 @rogeriocorreia_ O safado do Aécio votou contra Minas pq quer o apoio do Rio nas eleições pra presidente. Um babaca traidor.

RT @emersonscruz: @EBitencour @rogeriocorreia_ Aécio 'Paris Hilton' nem sabe onde fica seu próprio ânus e quer ser presidente onde todos acordaram.

RT @jcromancini @rogeriocorreia_ vamos desmascarar os capangas do Aécim pinguço. vamos fazer campanha nas redes, nas escolas, nas igrejas...

Registre-se ainda que no caso do primeiro tuiter, além da baixaria, o texto é mentiroso. No caso da votação dos royalties do petróleo, o Senador Aécio Neves votou primeiro a favor da proposta que garantia mais recursos para todos os estados do país, Rio e Minas inclusive. Como essa primeira pproposta foi derrotada pelo governo federal ele votou em seguida na proposta apresentada pelo pt, que terminou aprovada e que garantia recursos, ainda que menores para os estados.


Agora veja dois exemplos de tuitadas minhas que ele relacionou como ofensivas à sua honra no processo (oh!)


@joaopaulom Dilma desiste da privatização de Confins e não vai liberar os recursos do #MetroBH O q o PT-MG do dep @rogeriocorreia_ diz sobre isso?


@joaopaulom O deputado rogeriocorreia_ esta comemorando a volta de Delubio Soares ao PT lá na praça da Liberdade. Pode?


Agora me diga como uma pessoa que acha natural usar aquelas expressões pode se sentir ofendido com a s minhas?

Na verdade, o deputado agora está em mais uma enrascada.

Se ele acha que os meus termos são impróprios e ofensivos à sua honra, ele está automaticamente reconhecendo que os termos que usa, que são muito mais pesados e agressivos, obviamente são ofensivos à honra daqueles que ele agride.

E como o espírito da imunidade parlamentar é garantir o direito de opinião, mas não o de funcionar como um biombo para calunia e difamação, o deputado pode ter aberto um precedente que pode se voltar contra ele mesmo.

O que o Ministério Publico Estadual de Minas Gerais tem a dizer sobre isso?

@joaopaulom








terça-feira, 19 de junho de 2012

Acusado pelo deputado @rogeriocorreia_ do PT, prestei depoimento

Prestei hoje na Delegacia de Crimes Cibernéticos meu depoimento sobre as acusações feitas pelo Deputado Rogério Correia (PT-MG), que se sentiu ofendido com algumas explicações que cobrei dele no twitter.

Fui questionado que se, de fato, o twitter @joaopaulom é meu. E se ofendi a honra do referido deputado.

Primeiro respondi que sim, o twitter @joaopaulom é meu. Disse que nunca usei fakes, que as postagens são de minha responsabilidade e que estava ali para me responsabilizar sobre as mesmas.

Depois disse que não ofendi a honra (oh!) do deputado. Eu apenas utilizei do meu direito de pedir explicações, como cidadão que paga impostos e tem o direito de realizar cobranças aos detentores de cargos de cargo eletivo.

Confesso que deixei a delegacia frustrado. Apesar de o deputado Correia não ser obrigado a comparecer para acompanhar meu depoimento por diversas vezes o convidei, inclusive em tuíte enviado ao amigo em comum, deputado Sávio Souza Cruz.

Minha opinião:


Penso que o deputado Rogério Correia está tentando inverter a situação. Quem deve explicações à sociedade não sou eu. É ele. Explico:

O deputado disse para o Jornal Estado de Minas que repassa a movimentos sociais o auxílio-moradia que recebe na ALMG mesmo morando em BH. Nao sei se ele realmente repassa, mas mesmo que o faça está cometendo uma irregularidade. Como o nome diz, essa é uma verba destinada exclusivamente ao auxilio moradia de deputados que moram no interior e vem a BH. Nao pode ser usado para outra finalidade, é irregular.

Cade a Assembleia? O Ministerio Publico nao vai investigar? Afinal, uso irregular de dinheiro publico!
Mas ainda que ele o faça, precisa informar quem foram os beneficiados desses repasses nos seus dois ultimos mandatos. Como ele nunca publicou os recibos mensais dos reapasses, a gente fica na duvida…..

Vai ver esqueceu, né?

Linda a atitude do deputado Rogério Correia, não é mesmo? Recebeu auxílio-moradia e, como mora em BH, repassou a movimentos sociais. Ahan. QUERO OS NOMES. E os recibos

O deputado efetuou saques na boca do caixa com CARTÃO CORPORATIVO conforme o informou o site Tranparência Brasil. Creio que deve explicar para a sociedade aonde gastou o cash. Afinal, estamos falando de dinheiro público.

Grampo da polícia flagrou uma ligação do gabinete do deputado com o Nilton Monteiro, lobista acusado de forjar a Lista de Furnas. Dias depois um grande jornal aqui de Minas publicou matéria dizendo que o lobista usava software para scanear assinaturas. Portanto, perguntar o teor do telefonema, na minha opinião, faz sentido. E o deputado precisa explicar isso para a sociedade também. Por que o assessor dele, Damiao, forneceu modelos de assiantura de politicos para o falsario? Até hoje estamos esperando uma resposta…



Correia me seguindo:



Por volta das 18h30, 19h percebi que Rogério Correia me desbloqueou no twitter e passou a me seguir. Puxa vida, que honra! Vi ali uma oportunidade única de buscar o diálogo e tentar esclarecer alguns fatos. Então tuítei para ele:


@joaopaulom Boa noite deputado @rogeriocorreia_. Prazer em tê-lo como seguidor. Poderia me esclarecer os pontos abaixo:

@joaopaulom .@rogeriocorreia_ O sr disse q repassou auxílio-moradia q recebeu mesmo morando em BH para movimentos sociais. Qual o nome dos beneficiados?

@joaopaulom .@rogeriocorreia_ Grampo da polícia pegou conversa do seu gabinete com acusado de fraudar a Lista de Furnas. Qual o teor desta conversa?

@joaopaulom .@rogeriocorreia_, assim q responder essas duas perguntas gostaria de fazer outras duas. Não deixe de seguir. Estou seguindo tb. Aguardando.

@joaopaulom @rogeriocorreia_ Vou lhe dar 30 minutos para estes dois esclarecimentos. janto agora e volto em 30 minutos. Não me deixe sem resposta, ok?

Voltei meia horinha depois, mas o deputado já não me seguia mais. E também não respondeu aos questionamentos. Só espero que ele não os tenha considerado “ofensa à sua honra”.

Lembro que o Deputado ameaçou o blogueiro Ricardo Noblat (@BlogdoNoblat), apontado como o de maior credibilidade política no twitter, processou o Jornal Estado de Minas e a revista Veja e este twitteiro.

É verdade! O deputado que se coloca como inimigo da censura ameaçou um blogueiro de reputação inquestionável, processou um grande jornal de Minas , a principal revista do pais e vem perseguindo este simples twitteiro.

Quer dizer, bastou cobrar explicaçoes dele, para ser procesado...

Mas o melhor foi a fala do Noblat depois que foi ameaçado pelo deputado: deputado, vc tem um parafuso amenos ! O sociólogo Bolívar Lamounier escreveu sobre o assunto: "Raiva é uma coisa, ranço totalitário é outra" (Clique aqui para ler na íntegra)

Ah. Para não ser injusto devo informar, que até o presente momento, não estou bloqueado no twitter do deputado @rogeriocorreia_.

Continue assim, deputado. Se o espírito democrático de Vossa Excelência evoluir um pouquinho a cada dia já será um grande feito.

João Paulo M.

Ainda em tempo: Na bio do twitter do Deputado @rogeriocorreia_ consta “atuante na Educação”. Os professores federais estão em greve, deputado. Não os deixe só

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Deputado Rogério Correia do PT censura a internet!

Deputado estadual pelo PT de Minas, Rogério Correia  recorreu à policia para processar um twitteiro   que faz criticas à sua atuação politica.

É inaceitável, mas é verdade.

O deputado que é conhecido pala agressividade que usa na internet  atacando de forma sistemática a honra de seus adversários   recorreu a polícia para tentar calar um critico, no caso o twitterio João Paulo Medrado. (@joaopaulom)

Veja aqui alguns dos comentários que o deputado considerou ofensivos à sua honra:
“Dilma desiste de privatização de confins e não vai liberar recursos pro metro de BHte. Oq. o PT –MG do dep. Rogeriocorreia diz sobre o assunto!”.

Ainda na denúncia que fez o deputado petista cita o que seria outra grave acusação:
“Maria-fro. Pessoas como você q. se unem a Helicosta – Rogério correia e Lucasfigueiredo p. atacar Minas n. tem minha consideração” 

Ou esse outro comentário: 
 “O MST acaba de chegar na Pça da Liberdade. Gde. Festa popular. Ferrando o Transito. Vai trabalhar petista a toa”.

Esse outro comentário também foi listado entre os ofensivos à imaculada honra do deputado:
“O dep.Rogeriocorreia está comemorando a volta do Delúbio ao PT na Pça da Liberdade. Pode.”

Outras mensagem  remetem a atos amplamente divulgados pela imprensa como o fato do deputado  ter casa própria em Belo Horizonte e  ainda assim receber auxilio-moradia  e o fato dele ter sacado dinheiro no cartão corporativo da Delegacia Regional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, onde trabalhava.

A ação de deputado Rogério Correia contra o twitteiro gera perplexidade tanto pela tentativa autoritária de calar seus críticos, mas também por ser ele justamente um dos usuários do Twitter que tem no ataque à honra de seus adversários políticos a sua principal linha de ação.

O deputado já tentou censurar a imprensa:
No discurso, o deputado finge defender a liberdade de imprensa e de opinião, mas na prática defende a censura de todos que o criticam.

Há poucos meses, o deputado foi à justiça contra o jornal do Estado de Minas que publicou matérias revelando a relação do parlamentar com o falsário Nilton Monteiro, acusado de fraudar a chamada “Lista de Furnas” e papéis de cobrança de mais de 300 milhões de reais.

O jornal venceu na justiça todas as vezes que o mérito do assunto foi examinado.

E agora o que dizem os blogueiros progressistas?
A rede de blogueiros ligada ao PT que atua de forma organizada na rede diz ser contra toda tentativa de controle da internet.  Diz defender a absoluta liberdade de opinião. Qual a posição do grupo agora?

Defende o deputado petista, e assim, por coerência, defende todos os outros políticos que lançarem mão da polícia e da justiça contra seus críticos ou condena publicamente a iniciativa do deputado? Vamos aguardar!

PS: POR UMA MINAS SEM CENSURA, SEMPRE!

Caio Nárcio, Presidente da JPSDB-MG

terça-feira, 1 de maio de 2012

Dilma é Minas na Presidência

Na campanha ela este por aqui. Falou “uai”, comeu pão de queijo, visitou o túmulo de Tancredo Neves e nos disse que seria “Minas na Presidência”.  

Prometeu duplicar a BR 381, conhecida por “Rodovia da Morte” e investir no metrô de BH, que não sabe o que é uma obra de ampliação desde o fim do governo FHC.

Uma vez eleita, já na transição os mineiros levaram o primeiro susto com a manobra nos bastidores para levar a FIAT para Pernambuco. Dizem que foi uma jogada “tática” para tentar desgastar a boa relação de Aécio Neves com Eduardo Campos.  

No anúncio do ministério o povo de Minas Gerais começou a cair na real. Dos 38 ministros apenas um mineiro e que mesmo assim entrou na “cota pessoal” da presidenta.

Um ano se passou e nada de duplicação da 381, metrô muito menos.

As verbas de prevenção contra enchentes passaram longe de nossas montanhas.

O Minha Casa, Minha Vida não tinha teto, não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão.  

E as regiões mais pobres do estado como o Vale do Mucuri, Jequitinhonha e o Norte de Minas foram agraciados com o VETO para incentivos fiscais.

Dilma é Minas na Presidência.

João Paulo M.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A popularidade recorde de Dilma Rousseff

Popularidade é sinônimo de ‘barriga cheia’ nos países em desenvolvimento. Logo, FHC é o maior responsável pela popularidade recorde da Dilma. Explico:

O Plano Real foi o maior programa de inclusão social do Brasil. O fim da inflação e a estabilidade da moeda geraram um tsunami de ascensão social tirando milhões de brasileiros da miséria.

Não existe ‘Salvador da Pátria’ nem fórmulas mágicas. Os avanços sociais e econômicos são frutos de ações contínuas. A verdade é que a virada brasileira começou com Itamar, FHC deu seqüência e Lula, o presidente mais oportunista da história, levou os louros.

O sucesso do Real foi tão intenso que permitiu a Lula governar 8 anos sem tomar uma medida impopular sequer, pensando apenas na própria popularidade. Perdemos uma época de ouro. Poderíamos ter promovido todas reformas necessárias, mas o PT colocou o partido acima dos interesses da nação.

É por isso que os petistas jamais vão admitir a importância do Real.

João Paulo M.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ética política: puxar o tapete e roubar bandeira

Nas minhas andanças pelo interior, na histórica cidade de Santa Luzia, estava caminhando pelas ladeiras, observando os casarões, o Santuário de Santa Luzia, o prédio da Câmara Municipal, Casarão da Baronesa, Grupo Escolar Modestino Gonçalves e as fachadas dos casarios. De súbito, fui arrebatado pela frase: “Quem não aprende  com o passado está condenado a repetir no futuro a insensatez”.
Lembrei-me da minha amada Belo Horizonte, das Praças Sete, da Liberdade e da Tiradentes, que prestam uma homenagem para os libertários, emancipadores e o mártir da Inconfidência “que foi traído e não traiu...”.
É no passado que busco beber da fonte do tempo para compreender o comportamento de uma parcela expressiva de políticos. Tenho estudando cautelosamente os fenômenos e busco registrar alguns episódios que classificaria como “a disfunção da ética na política”.
É um sintoma compulsivo e com traços de virose, pois vai espalhando silenciosamente. Esta praga se caracteriza por “puxar o tapete” e “roubar bandeira”.
A Casa Legislativa e os gabinetes do Executivo operam nesta lógica como se fosse natural. Quem não exerce esse rito não sobrevive a uma gestão. É o paradigma da competitividade que beira ao excesso e frieza com o outro. Percebi entre alguns políticos e assessores um frisson em passar a perna no outro como se isto fosse o gozo de um gol.  
Quando conversamos sobre o assunto, confessam que se não praticarem este “ofício” são chamados de bobos. Por isso é sacrificada a moral e a ética na ânsia de ganhar a qualquer preço. O importante é garantir o flash e a manchete no dia seguinte. Evidentemente que este comportamento nefasto não é praticado por todos os políticos e nem todos os assessores. Mas, tem um grupo que copia projeto, pega ideia, surrupia manifesto, pula na frente para dar entrevista. E diz que foi o inventor de parte do universo e ajudou até na criação da roda. É de uma picaretagem brutal. Existe algo de espetaculoso neste fazer política. Tudo é evento, show e palanque.
Você se lembra daquelas brincadeiras de crianças, que a gente gritava bem alto: “vai, corre, pega, tira, rouba a bandeira”? Outra boa brincadeira era jogar capoeira. A gente dava pernada e gritávamos: “puxa o rodo, puxa o tapete”. O gingado da capoeira contagia, distrai e me faz recordar da meninice.
Brincadeira de criança é bom demais, mas tem limite. Comportamento de político carece de liturgia para o cargo. Tudo indica que esta doença de caráter não tem cura. Como analista, ouço sempre queixa de pessoas vítimas do jogo de espertezas. Parece que canalhice e cretinice estão espalhadas nas organizações públicas e privadas. Graças a Deus, esse tipo de gente é minoria, mas faz um estrago significativo nas pessoas e na educação dos mais jovens. O vale tudo sinaliza para desagregação e os oportunistas estão sempre aí, de prontidão para agir.
Recentemente fui testemunha de um episódio desta insignificância. Vi as lágrimas de um amigo político honrado ceder frente aos artífices de uma trama. Há momentos na política que a grandeza se esvai e passa pelo corrimão da banalidade. Perde-se a grandeza e percebemos a mesquinhez e a fúria pelo poder. Dentro do ser humano mora um porco espinho que precisa aprender o limite para não molestar as coisas públicas e as pessoas. Li certa vez um texto que dizia que o caminho do meio é árduo e levam a três princípios: justiça, bondade e verdade. Resgatemos essa essência que precisa despertar em nós.
Antonio Galvão